terça-feira, 20 de maio de 2014

Chichén Itzá, Cancun - Diário de Viagem

Um roteiro detalhado com fotos de Chichén Itzá, próximo a Cancun, e também dicas de como chegar e o que fazer por lá. Não sou muito fã de passeios em grupo, mas no caso de Chichén Itzá, que fica distante quase 3 horas de Cancun, tivemos que nos render a eles para facilitar nossa chegada. O passeio, como de previsto, não foi lá muito bem organizado, mas serviu para os nossos propósitos de visitar tanto Chichén Itzá como um cenote na região de Valladolid. Comentários ou dúvidas são bem recebidos e serão respondidos com prazer.

Conheça uma das sete maravilhas do mundo: Chichén Itzá
Saiba como chegar, como são os passeios em grupo e as principais atrações dessa ruína maia
por Fábio Pastorello

O sítio arqueológico de Chichén Itzá, uma das maravilhas do mundo moderno
Quando se chega em Cancun, um dos programas quase obrigatórios é visitar o sítio arqueológico de Chichén Itzá. É o sítio mais preservado da Península de Yucatán e no seu auge, no século 13, chegou a ter 35 mil habitantes.
Leia também as dicas gerais do planejamento da viagem para Cancun e roteiro dia-a-dia, no post Planejando a Viagem para Cancun.



Como Chegar


Exibir mapa ampliado

O lugar é distante, próximo da cidade de Mérida, mas para chegar é só contratar um passeio através de uma agência de turismo. A melhor opção é de Cancun, que fica mais perto de Chichén do que Playa del Carmen. Por Tulum também há uma estrada que dá acesso para a região.
Chegar lá de carro é difícil, porque são umas 3 horas de distância, então só é recomendável se você for pernoitar em alguma cidade próxima, como Valladolid ou Mérida. 
Para quem tem mais tempo, é uma boa opção, pois na região de Mérida existem vários cenotes para conhecer.
Para quem só tem um dia para conhecer a região, a melhor opção mesmo é uma excursão em grupo. Praticamente em todo lugar existem balcões ou lojas oferecendo excursões para Chichén Itzá, seja de Cancun, seja de Playa del Carmen. Para escolher onde comprar, cabe o bom senso. 
Prefira um lugar onde você possa visitar o escritório físico da agência, assim em caso de reclamação, é só voltar no mesmo lugar. Outra boa opção é reservar pelo hotel onde você está hospedado. Também em caso de reclamação, você contará com o suporte do hotel.

Chichén Itzá fica bem distante de Cancun, portanto a melhor opção é contratar um passeio em grupo,
embora essa opção sempre tenha seus problemas

Não confie em tudo o que os vendedores falam. Eles farão de tudo para te convencer a comprar a excursão com eles, portanto, é preciso ficar atento ou buscar referências. No nosso caso, por exemplo, o guia nos informou que o primeiro destino do passeio seria Chichén Itzá, sendo que foi o último, e ficamos lá apenas 2 horas.

Nós reservamos o passeio num quiosque circular localizado na Plaza Caracol, que não recomendamos (infelizmente não anotei o nome da empresa). O valor total que pagamos era de 49 dólares por pessoa. Pagamos um pequeno sinal num escritório localizado no Shopping Caracol.

Os valores encontrados variam muito, e vão desde 29 dólares (em lojinhas no Shopping Caracol) até 77 dólares (pelo XCaret Experiências), e podem significar variações no ônibus, na parada para o almoço incluída ou nas paradas.
Como os preços são em dólares, para pagamento, prefira pagar em dólares mesmo, já que se você pagar em pesos, eles utilizarão uma taxa de conversão não muito favorável.  
Na internet, encontramos pacotes pela BestDay, mas não podemos recomendar os serviços porque não o utilizamos. Os preços nesse site estão acima da média.


Como Funciona

O vendedor prometeu que um carro iria nos pegar no nosso hotel, mas isso não aconteceu. Pegamos um táxi e fomos até o quiosque reclamar, onde o vendedor fez cara de paisagem e nos levou até o Shopping Caracol.

Na realidade, vários grupos estavam chegando e eram direcionados para uma fila, dentro do Shopping Caracol, onde se paga o restante da viagem. De lá, todos fomos realocados em 2 ônibus e às 8h de fato começa a excursão.

Ou seja, achamos o procedimento todo confuso e cheio de falhas.


A excursão


Quem faz passeios de excursão sabe que a parada na lojinha é inevitável
O guia do grupo chamava-se Moisés e era bem falante e divertido. Ele falou muito sobre os maias, sobre os lugares que iríamos conhecer e sobre o calendário maia, dizendo inclusive que o fato do calendário maia acabar em 21 de dezembro de 2012 não indicava o fim do mundo, mas o início de um novo ciclo. Fomos antes do suposto fim do mundo, previsto pelos maias.
A primeira parada foi Valladolid, no Cenote Zaci, que não tem as águas muito convidativas (cheia de folhas), mas rendeu algumas boas fotos. É um dos cenotes abertos maiores da Península de Yucatán, e está localizado bem no centro da cidade.  
Saiba mais sobre os cenotes no post Planejando a Viagem para Cancun. Em breve, publicaremos mais sobre os cenotes que visitamos no México.

O belo Cenote Saci, em Valladolid, uma das paradas do passeio até Chichén Itzá

Cenote Zaci
Em Valladolid, uma cidade de arquitetura colonial no caminho para Chichén, a visita foi apenas de dentro do ônibus, ainda assim com pouquíssimas explicações sobre o local.
Valladolid é uma cidade história, de arquitetura predominantemente colonial. Pelo que vimos do ônibus, não achamos a cidade imperdível, mas como estávamos passando por ela, uma paradinha de 30 minutos não seria demais. 
Valladolid, apenas de dentro do ônibus
De lá, partimos para um cooperativa maia de artesanato, que Moisés enalteceu bastante como um lugar com produtos autenticamente maias e artesanato que merecia nosso investimento. Tudo muito caro, no entanto.

Ou seja, nessas excursões há sempre uma parada para compras que significa para o guia alguma comissão sobre as vendas. O pior é ainda ter que esperar aquelas pessoas retardatárias, que não cumprem o horário combinado, por causa de compra de lembrancinhas.

Parada para compras no caminho para Chichén Itzá, preços salgados

O artesanato remete à cultura maia

Calendário maia, embora nosso guia tenha dito que o calendário na verdade é de outra forma

Depois foi a pausa para almoço, já por volta das 13h. O almoço estava razoável, em estilo buffet, e incluso no valor da excursão. Durante o almoço, há uma apresentação de dança típica, nada demais.
Chegamos por volta das 14h20 em Chichén Itzá, no que Moisés nos deu duas horas para conhecer tudo. Dividiu o pessoal em dois grupos, para aqueles que falam espanhol e inglês, para a partir daí fazer uma visita guiada, de cerca de 1h. Depois desse tempo, há tempo livre para fotos.
No retorno, a viagem não teve paradas e demorou mais para passar. Saímos por volta das 16h30 de Chichén e só chegamos por volta das 19h. O ônibus passou em todos os hotéis para deixar os passageiros. O guia e o motorista pedem propinas (gorjetas).
A conclusão da excursão foi que saímos às 7h da manhã e voltamos às 19h, para passar apenas 2 horas em Chichén Itzá. O lugar é distante, lógico, mas o que prejudica mais são paradas desnecessárias, como na cooperativa de artesanato, que tomam tempo do que seria a atração principal do lugar.


Chichén Itzá


A pirâmide de El Castillo no centro do sítio arqueológico
De início, achei o sítio um pouco decepcionante, principalmente a pirâmide El Castillo e o Cenote Sagrado. Acho que a culpa foi um pouco de Machu Picchu, outra das maravilhas do mundo moderno que visitamos nesse ano, e que é muito mais bonito e interessante.

Muita gente acha que Chichén Itzá é apenas a pirâmide (muita gente significa que eu fazia parte disso), mas a região está cheia de ruínas, é uma cidade.

Aos poucos fomos descobrindo outros pontos mais interessantes, e gostei mais. O lugar está repleto de comerciantes de artesanato, que vendem as coisas muito baratas, mas da mesma forma que Moisés exaltou o artesanato na cooperativa, atacou veementente os comerciantes dentro de Chichen, dizendo que seus produtos são falsos ou de péssima qualidade. Não deu pra verificar isso, mas os produtos estavam incrivelmente baratos.

Artesanato vendido dentro do sítio, de acordo com nosso guia os produtos são de péssima qualidade,
mas a verdade é que os preços são realmente tentadores, se comparados com a cooperativa que paramos anteriormente
Chichén Itzá está entre as 7 novas maravilhas do mundo, da associação New 7 Wonders. Entre as maravilhas, também estão o Cristo Redentor, Machu Picchu e o Coliseu. 
Leia mais sobre: http://en.wikipedia.org/wiki/Chichen_Itza

Mapa da Mesoamerica e da região Maya, onde se encontram os sítios arqueológicos de Tulum e Chichén Itzá

Localizada na Península de Yucatán, a civilização de Chichén Itzá foi uma das mais poderosas que o mundo maia conheceu. Além da cultura maia, Chichén também teve influência da civilização tolteca (do centro do México), que por exemplo compartilhava influências como a Chac Mool, a serpente emplumada e o culto à divindade Kukulcán. O auge foi no século V e do declínio dessa civilização no século XIII. Em 1988, Chichén foi incluída na lista dos Patrimônios da Humanidade da UNESCO.


Principais Atrações:

El Castillo - Pirâmide de Kukulcán: é o cartão postal de Chichén Itzá e o grande destaque do sítio. A pirâmide foi erguida em homenagem ao Deus Kukulcán, e a construção representa o calendário maia, cada degrau é um dia do ano, somando 365 degraus. Outro destaque é que a localização foi feita de forma que, em determinada época do ano, a sombra forma uma serpente, a "Serpente Emplumada". A pirâmide não pode ser mais escalada, para que seja preservada. Portanto, se você quer escalar um pirâmide (e é um programa realmente imperdível), as opções são as pirâmides nos sítios de Teotihuacan (próximo da Cidade do México) ou Cobá.

Pirâmide El Castillo, apenas funcionários faziam a manutenção, acesso proibido aos visitantes

Jogo de Pelota: o jogo era uma representação da batalha entre o dia e a noite. Em outros lugares, ouvimos que o jogo poderia representar até a morte para o perdedor. O campo de Chichén é o maior da Mesoamérica. O objetivo é acertar a bola pelos círculos, sem usar as mãos ou os pés, apenas com os quadris. No X-Caret, é possível ver uma representação desse jogo, bem interessante pelo grau de esforço e domínio que os jogadores deveriam ter para acertar a bola no círculo.

Não consigo imaginar como os maias conseguiam acertar a bola no círculo a essa altura

Templo dos Guerreiros: achei um dos mais imponentes e interessantes do sítio. O lugar é enorme, conta com 1.000 colunas (supostamente a área teria servido como um mercado) e de imagens de Chac Mool e da serpente emplumada.

As colunas do Templo dos Guerreiros

Observatório: quando se pensa em cultura maia, lembramos do calendário maia e da previsão do fim do mundo, então é notável a importância que a astrologia teve para essa cultura. O observatório, também conhecido como Caracol, era o lugar adotado pelos maias para seguir os traços de Venus, do Sol, da Lua e de outros eventos cósmicos.

O Observatório, ponto para os estudos astronômicos do povo maia

Esses são alguns destaques, o lugar reserva uma série de outras informações, que em 2 horas de visita não pudemos explorar. No passeio em grupo está incluso um tour guiado, que levaria cerca de 1h, o que nos deixaria apenas 1h para fotografar o lugar, portanto acabamos abandonando o guia.

Mas recomendo a visita guiada, para aqueles que não fazem tanta questão de fotos e gostam de conhecer mais histórias e curiosidades sobre os lugares.

Caveiras desenhadas nas construções, a cara do México


FICHA TÉCNICA:
Título: Passeio em grupo até Chichén Itzá
Direção: Chichén Itzá, México
Produção: Agência de Turismo em Cancun
Roteiro: Plaza Caracol, Valladolid, Cenote Zaci, Cooperativa de Artesanato, Almoço e Sítio Arqueológico 
Elenco: Fábio Pastorello e Cleber Alcântara
Fotografia: Fábio Pastorello 
O melhor: obviamente, visitar as ruínas do sítio arqueológico, mas o que mais me impressionou não foi a pirâmide de El Castillo e sim o Templo dos Gerreiros
O pior: o passeio todo foi cheio de erros, se tiver alternativas, evite ir em passeios em grupo
Duração: 12 horas
Ano: 2012
País: México
Gênero: NaturezaHistória, Cultura
Avaliação: ★★★ 

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