terça-feira, 20 de maio de 2014

Lugares da Bíblia - Pompeia e Herculano: Sodoma e Gomorra do primeiro século?

Embora não constem da Bíblia, as duas cidades romanas conhecidas pela devassidão foram destruídas quase nos mesmos moldes que as localidades semelhantes do Mar Morto


Sodoma e Gomorra, como evidencia Gênesis, foram consumidas pela ira de Deus em fogo e enxofre caídos do céu – o que a arqueologia confirmou recentemente. Pompeia e Herculano, cidades do Império Romano na região da atual Nápoles, na Itália, foram completamente destruídas por uma violenta erupção do vulcão Vesúvio no século 1, em um fenômeno bem semelhante, sem que seus habitantes e turistas tivessem tempo de planejar uma fuga. As duas localidades italianas não constam do texto bíblico, mas algumas curiosidades ligam seu fim às cidades consumidas pelo fogo no Antigo Testamento – principalmente a extrema devassidão de habitantes e frequentadores.
Em 79 depois de Cristo (d.C.), Pompeia e Herculano, distantes poucos quilômetros da atual Nápoles, na Itália, eram dois grandes balneários do Império Romano. Ambas eram frequentadas pelas altas classes romanas, que nelas passavam longos períodos de descanso, ou buscavam o prazer físico desenfreado. Entre quatro paredes ou a pleno céu aberto, a jogatina, a pornografia e a promiscuidade reinavam, com participantes de todas as idades.
Alguns comparam Pompeia e Herculano a lugares modernos em que a luxúria é bem evidente, como a norte-americana Las Vegas e a espanhola Ibiza. Contudo, achados arqueológicos esclareceram não só a famosa destruição local como revelaram ao mundo que essas atuais “cidades do pecado” citadas não chegavam aos pés da imoralidade praticada na região consumida pelo Vesúvio. Bares e bordéis eram maioria entre os estabelecimentos locais. Ídolos e pinturas escancaravam o sexo sujo para onde se olhasse.

Mar de lama fervente
Em uma ensolarada manhã do ano 79, uma grande explosão no topo arborizado do grande Vesúvio surpreendeu quem estava perto do vulcão. Ele havia dado sinal de vida em uma erupção bem menor no ano 62, mas não dera nenhum sinal de atividade até aquele fatídico dia.
A maioria das pessoas nas duas cidades não teve tempo de empreender uma fuga calculada levando seus mais preciosos pertences. Somente a roupa do corpo as acompanhava na correria que poucos puderam empreender. Relatos falam em 30 mil mortos repentinamente.
Ambas as cidades e toda exuberante natureza ao redor foram quase instantaneamente consumidas em uma mistura de cinzas, lava incandescente e terra que descia pelos leitos dos rios próximos à montanha, em uma velocidade tal que impediu uma evacuação eficaz. Muitos que não morreram assados em segundos pela mistura infernal, agonizaram e foram abatidos pela extremamente venenosa mistura de gases expelidos pelo vulcão.
A violência da avalanche foi tamanha, que Herculano ficou sob uma camada de cinzas de 12 a 18 metros de altura, enquanto a de Pompeia, um pouco mais distante, tinha 7 metros. Os poucos relatos dos sobreviventes, entre eles o advogado e escritor Plínio, o Moço, diziam respeito a uma colossal nuvem negra que tomou quilômetros de extensão e “transformou o dia em noite, tal como num quarto trancado”. Pessoas foram pisoteadas por outras e, quando a poeira mortal dissipou após vários dias, havia gente e animais mortos mesmo a quilômetros da área onde antes estavam duas ativas cidades.
Nos anos seguintes, Pompeia e Herculano foram completamente esquecidas pelos romanos. Mais de 1,6 mil anos depois, foram encontradas por acidente, durante escavações para obras. A devassidão mostrada nas esculturas e pinturas do local constrangem algumas pessoas até os dias de hoje, o que as tornou proibidas para exibição durante algumas épocas – mesmo hoje, alguns locais são vedados à visitação de menores de idade. Até mesmo sexo com crianças e animais em festas deploráveis são mostrados.

Moldes mortuários
A maioria dos mortos foi surpreendida pela lama mortal, cozida instantaneamente pela mistura que invadiu casas e ruas. Quando os arqueólogos escavavam as cinzas solidificadas, após milhares de anos, curiosamente achavam buracos que não conseguiam explicar. Os formatos eram irregulares e intrigantes. Eis que alguém teve uma ideia bem interessante: injetou gesso nas cavidades e só depois escavou em volta. O gesso endurecido tomou a forma do que formara aqueles buracos: corpos de pessoas e animais sepultados pelo material do Vesúvio, que se desintegraram com o tempo, deixando o formato no solo. Até hoje, essas estátuas mortuárias (como a da foto acima) – atualmente feitas com resinas, mais resistentes que o gesso – mostram como as vítimas estavam na hora da morte.

Hoje, as escavações já deram conta de revelar 80% das duas cidades, e muitas partes delas estão disponíveis a quem quiser testemunhar como lugares construídos e mantidos com o único objetivo do pecado foram consumidos pelo fogo como Sodoma e Gomorra milênios antes.

 

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