Ossos de São Pedro venerados solenemente no Vaticano
No domingo 24 de novembro foram venerados publicamente relíquias do Apóstolo São Pedro, na praça diante da basílica a ele dedicada no Vaticano.
Tratou-se da primeira exposição pública de suas relíquias, que tanto deram margem à polêmica histórica, arqueológica e científica.
Durante a cerimônia que encerrou o Ano da Fé, uma procissão trouxe para o altar um relicário de bronze com oito fragmentos de ossos do Apóstolo que Jesus Cristo instituiu como Príncipe supremo do Colégio Apostólico e chefe da Igreja. Dessa maneira, ele foi o primeiro Papa da História, por instituição divina.
Essa monarquia de origem divina vem sendo transmitida pelos Papas o longo dos séculos, e assim o será até o fim dos tempos.
Por vez primeira vez em 2 mil anos a Igreja exibia ao público as relíquias do primeiro papa, que estão habitualmente guardadas na cripta da Basílica de São Pedro, onde elas podem ser veneradas.

O debate sobre a autenticidade das relíquias estendeu-se nos últimos 70 anos, engajando cientistas e religiosos.
Esse debate começou em 1939 quando o papa Pio XII autorizou o início da escavação da Basílica, para esclarecer todos os aspectos relativos ao túmulo do Príncipe dos Apóstolos.
Em 1965, a arqueóloga Margherita Guarducci anunciou que havia identificado os ossos como sendo do primeiro vigário nomeado por Jesus Cristo.
“Nenhuma outra hipótese é concebível quanto aos ossos encontrados”, disse a arqueóloga.
Sua tese também se baseava no fato de ter encontrado perto do túmulo a inscrição “Petr eni”, abreviação em grego de “Pedro está aqui”.

Em 1968, o papa Paulo VI fez o anúncio oficial das redescoberta.
Poucos dias antes, o jornal oficial do Vaticano, o L’Osservatore Romano, acrescentou que as relíquias também são “reconhecidas pela tradição” como sendo as próprias de São Pedro.
Além de fiéis, 1,2 mil patriarcas e arcebispos de ritos católicos de tradição oriental, cardeais, bispos e padres participaram da cerimônia.
Em diversos post deste blog, nós temos tratado do longo percurso da ciência para chegar à certeza de serem esses os ossos do Santo Apóstolo.
Veja por exemplo:
Novos achados sobre os ossos de São Pedro no Vaticano (4)
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São Pedro, imagem de bronze na basilica vaticana |
As relíquias que Margherita Guarducci identificou como sendo de São Pedro foram reconhecidas como tais pelo papa Paulo VI.
Em 26 de junho de 1968, ele anunciou a descoberta durante a audiência pública na Basílica Vaticana:
“Novas pesquisas, feitas com extrema paciência e cuidado, foram realizadas nos últimos anos, chegando a um resultado que nós, confortados pelo juízo de pessoas competentes, valorosas e prudentes, acreditamos ser positivo: as relíquias de São Pedro também foram, enfim, identificadas, de um modo que podemos considerar convincente, pelo qual louvamos a quem empregou tamanho e tão longo estudo, e grande esforço.
“Não se esgotam, com isso, as pesquisas, as verificações, as discussões e as polêmicas. Mas, de nossa parte, parece-nos um dever, no presente estado das conclusões arqueológicas e científicas, dar a vós e à Igreja este anúncio feliz, obrigados como somos a honrar as sagradas relíquias, sufragadas por uma séria prova de sua autenticidade [...]; no caso presente, tanto mais solícitos e exultantes devemos ser, quando temos razões para considerar que foram encontrados os poucos, mas sacrossantos, restos mortais do Príncipe dos Apóstolos”.
Reintroduzidas no dia seguinte no lóculo do “muro dos grafites” (com exceção de nove fragmentos, que o Papa conservou em sua capela privada), as relíquias voltaram há poucos anos a ser expostas aos fiéis.
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São João de Latrão, cabeças de São Pedro e São Paulo |
Elas estavam desde o século VIII no Sancta Sanctorum, para lá transferidas pelo papa Urbano V, em 16 de abril de 1369, no interior de um dos dois bustos que se encontram atualmente dentro do baldaquino da Basílica de Latrão.
Ali estão expostas à veneração dos fiéis, certificados pela Igreja e pela ciência de cultuar os restos mortais do Príncipe dos Apóstolos.
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