Quando o dia, misteriosamente, virou noite
Foi de repente. No meio da manhã, o céu se alaranjou como num entardecer, animais correram exaltados e as pessoas, atônitas, começaram a rezar. Na hora do almoço, a escuridão já era completa. Erupção vulcânica? Chuva de meteoros? Ou o “fim do mundo”?
Essas são perguntas que até hoje, passados mais de dois séculos, ninguém sabe dizer ao certo. O fato é que no dia 19 de maio de 1780 alguma coisa fez com que a manhã virasse noite na Nova Inglaterra (EUA) e em partes do Canadá, dando origem ao “Dia Escuro”. Para a população da época, era o “Juízo Final” que havia chegado. Mas o que poderia explicar esse fenômeno?
Nuvens?
Os meteorologistas apontam que uma nuvem espessa pode baixar o suficiente para escurecer o dia, ao ponto de as pessoas acenderem as luzes de casa e carros ligarem os faróis. Mas, segundo os estudiosos do assunto, é pouco provável que nuvens sejam responsáveis pelo “Dia Escuro”.
Eclipse? Asteroide?
A hipótese de um eclipse não é descartada, mas também é considerada pouco provável. Afinal, esses fenômenos são previsíveis e duram poucos minutos, sendo, portanto, impossível transformar o dia em noite durante tanto tempo. Além disso, não há registro de nenhum eclipse naquela data. A queda de um asteroide também é improvável, embora não possa ser descartada.
Vulcão?
Uma erupção vulcânica pode espalhar cinzas na atmosfera e escurecer o dia (ou torná-lo mais “amarelado”), como aconteceu na erupção do Eyjafjallajokull, em 2010, que obrigou aeroportos a cancelarem pousos e decolagens em toda a Europa Setentrional. Mas essa teoria também é questionada por não haver registro de atividade vulcânica em 1780.
Incêndio?
Talvez a solução para esse enigma esteja nas árvores. Sim, isso mesmo. Alguns cientistas analisaram troncos de árvores da Nova Inglaterra, em uma região em que prevalecem os ventos vindos do oeste. Resultado: alguns anéis com marcas de incêndio datam daquela época. A aposta é a seguinte: houve um grande incêndio florestal que fez o dia escurecer com a combinação de fuligem e neblina. Inclusive, William Blake, professor associado de geografia da Universidade de Plymouth (EUA), afirma que houve uma grande seca na região em 1780, o que torna a hipótese de incêndio plausível. Além disso, na época foi relatado que o “Dia Escuro” foi precedido por um estranho cheiro de “forno a carvão”, o que dá mais força para essa teoria.
Mais “dias escuros”
Fenômenos como esse não são novidade na história. William Corliss, físico e cronista de eventos inexplicáveis, conseguiu reunir o relato de 46 dias escuros entre 1091 e 1971. Um deles assustou a população dessa mesma região, em 1950, e foi causado por um incêndio em Alberta (EUA). Na época, quando o dia virou noite, em vez de acreditarem ser o “Juízo Final”, as pessoas pensaram que se tratava de um ataque nuclear.
Fonte: BBC News.
Essas são perguntas que até hoje, passados mais de dois séculos, ninguém sabe dizer ao certo. O fato é que no dia 19 de maio de 1780 alguma coisa fez com que a manhã virasse noite na Nova Inglaterra (EUA) e em partes do Canadá, dando origem ao “Dia Escuro”. Para a população da época, era o “Juízo Final” que havia chegado. Mas o que poderia explicar esse fenômeno?
Nuvens?
Os meteorologistas apontam que uma nuvem espessa pode baixar o suficiente para escurecer o dia, ao ponto de as pessoas acenderem as luzes de casa e carros ligarem os faróis. Mas, segundo os estudiosos do assunto, é pouco provável que nuvens sejam responsáveis pelo “Dia Escuro”.
Eclipse? Asteroide?
A hipótese de um eclipse não é descartada, mas também é considerada pouco provável. Afinal, esses fenômenos são previsíveis e duram poucos minutos, sendo, portanto, impossível transformar o dia em noite durante tanto tempo. Além disso, não há registro de nenhum eclipse naquela data. A queda de um asteroide também é improvável, embora não possa ser descartada.
Vulcão?
Uma erupção vulcânica pode espalhar cinzas na atmosfera e escurecer o dia (ou torná-lo mais “amarelado”), como aconteceu na erupção do Eyjafjallajokull, em 2010, que obrigou aeroportos a cancelarem pousos e decolagens em toda a Europa Setentrional. Mas essa teoria também é questionada por não haver registro de atividade vulcânica em 1780.
Incêndio?
Talvez a solução para esse enigma esteja nas árvores. Sim, isso mesmo. Alguns cientistas analisaram troncos de árvores da Nova Inglaterra, em uma região em que prevalecem os ventos vindos do oeste. Resultado: alguns anéis com marcas de incêndio datam daquela época. A aposta é a seguinte: houve um grande incêndio florestal que fez o dia escurecer com a combinação de fuligem e neblina. Inclusive, William Blake, professor associado de geografia da Universidade de Plymouth (EUA), afirma que houve uma grande seca na região em 1780, o que torna a hipótese de incêndio plausível. Além disso, na época foi relatado que o “Dia Escuro” foi precedido por um estranho cheiro de “forno a carvão”, o que dá mais força para essa teoria.
Mais “dias escuros”
Fenômenos como esse não são novidade na história. William Corliss, físico e cronista de eventos inexplicáveis, conseguiu reunir o relato de 46 dias escuros entre 1091 e 1971. Um deles assustou a população dessa mesma região, em 1950, e foi causado por um incêndio em Alberta (EUA). Na época, quando o dia virou noite, em vez de acreditarem ser o “Juízo Final”, as pessoas pensaram que se tratava de um ataque nuclear.
Fonte: BBC News.
A tragédia de Khodynka

Uma verdadeira histeria coletiva. Sim, essa é a expressão que pode dar noção do que rolou no dia 18 de maio de 1896, em Moscou.
A história foi mais ou menos assim. Quatro dias antes, Nicolau II era coroado czar da Rússia e resolveu dar um banquete para o povo no campo de Khodynka, um grande espaço aberto no noroeste da capital russa. Foram improvisados teatros e outros estabelecimentos para o evento, e 150 pessoas foram escaladas para distribuir presentes. Na véspera da festa, já circulavam muitos rumores sobre “fartos e ricos presentes do czar”. Bem, na verdade, esses “presentes” seriam somente um pão francês, um pedaço de salsicha, um biscoito e uma caneca.
À meia-noite, 200 mil pessoas já se aglomeravam. Por volta das quatro da madrugada, 400 mil russos se espremiam no descampado e outro boato surgiu: não haveria presentes para todos. Pronto, o caos estava instalado e a força policial foi chamada, o que não evitou a tragédia: estima-se que 1429 pessoas morreram e entre nove e 20 mil ficaram feridas.
Em outra festa…
O czar Nicolau e a czarina Alexandra foram informados, posteriormente, sobre a tragédia que se deflagrara em Khodynka. A embaixada francesa realizaria um baile em Moscou e Nicolau, convidado de honra, refletiu que não pegaria bem comparecer.
Seus irmãos não avaliaram da mesma forma: “dar bolo” nos franceses seria “um tapa na cara de Paris”, o que poderia estremecer as relações diplomáticas entre os dois países. Nicolau cedeu e foi ao baile. E, de fato, isso não pegou bem.
Repercussão
O povo russo estava horrorizado com a tragédia e cabeças teriam que rolar. A responsabilidade da organização das festividades de Khodynka havia sido confiada ao conde Vorontsov-Dachkov e ao grão-duque Serge, governador geral de Moscou e tio do imperador, que, segundo investigações policiais, era o culpado pelo massacre. Nicolau II, no entanto, preferiu punir pessoas de escalões inferiores.
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