quarta-feira, 26 de março de 2014

Sudário de Turim: Poderia um terremoto explicar o rosto de Jesus?

A autenticidade do Sudário de Turim tem acalorado debates por séculos e investigações científicas nas últimas décadas só pareciam demonstrar que o pano era uma fraude muito bem elaborada.
Sudário de Turim, Poderia um terremoto explicar o rosto de Jesus?
Agora, um estudo afirma que emissões de nêutrons de um terremoto que abalou a antiga Jerusalém poderiam ter criado a imagem icônica, bem como arruinado os níveis de radiocarbono que mais tarde iriam sugerir que o sudário fosse uma falsificação medieval. Mas outros cientistas dizem que esta nova proposta deixa algumas grandes questões sem resposta.
O Sudário de Turim, que tem uma imagem fraca do rosto e torso de um homem, é dito ser o tecido que cobria o corpo de Jesus após sua crucificação em 33 dC. Embora a Igreja Católica não tenha uma posição oficial sobre o pano, a relíquia é visitada por dezenas de milhares de fiéis na Catedral de Turim, na Itália, a cada ano.

Carbono e terremotos

Testes de datação de radiocarbono realizados em três laboratórios diferentes na década de 1980 indicaram que o pano tinha menos de 800 anos, e teria sido produzido na Idade Média, entre aproximadamente 1260 e 1390. Os primeiros registros do sudário começam a aparecer em fontes medievais da mesma época, o que não é uma coincidência para os céticos. Mas críticos dos estudos afirmavam que o tecido teria sido submetido a incêndios, contaminações e outros danos, o que teria alterado os resultados da datação.
A nova teoria gira em torno de nêutrons liberados por um terremoto devastador que atingiu a velha Jerusalém na mesma época que Jesus teria morrido.
Todos os seres vivos têm a mesma proporção de carbono estável para o radioativo carbono-14, mas depois da morte, o carbono radioativo decai em um padrão previsível ao longo do tempo. É por isso que os cientistas podem olhar para a concentração de carbono-14 em materiais arqueológicos orgânicos, como tecidos, ossos e madeira para estimar a idade de algo. O carbono-14 é normalmente criado quando nêutrons de raios cósmicos colidem com átomos de nitrogênio na atmosfera (embora possa ser desencadeado por reações nucleares provocadas pelo homem, também).
O grupo de cientistas, liderados por Alberto Carpinteri, suspeita que ondas de pressão de alta frequência geradas na crosta da Terra durante este terremoto poderiam ter produzido as emissões de nêutrons significativas.
Estas emissões de nêutrons poderiam ter interagido diretamente com átomos de nitrogênio nas fibras de linho, induzindo reações químicas que criaram a imagem do rosto diferenciado na mortalha, dizem os cientistas. As reações também poderiam ter levado a uma “datação por radiocarbono errada”, o que explicaria os resultados dos experimentos de 1980.
Giulio Fanti, professor de engenharia mecânica na Padua University, disse que não tem certeza se uma emissão de nêutrons é a única fonte possível responsável pela criação da imagem corporal.
Mesmo que seja teoricamente possível nêutrons gerados por terremotos causarem esse tipo de reação, o estudo não aborda por que esse efeito não foi visto em outras partes do registro arqueológico.


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